Diário: 12 de março de 920

Página do Diário de Arvid Stormsson

Data: 12 de Março de 920

Hoje, ao cair da noite, nos aproximamos daquela ilha sombria, envolta em mistérios tão densos quanto a névoa que a circunda.

Aqui estou, com a luz fraca da vela a tremular como se compartilhasse de minha inquietação, enquanto o mar ressoa um som grave e constante contra o drakkar.

Meu coração está agitado, diante da incerteza do que nos aguarda ao amanhecer. As tempestades que enfrentamos no caminho pareciam um aviso dos deuses, um teste para nossa coragem e determinação.

E Egill, o poeta-guerreiro, ao meu lado, com uma confiança que desafia os próprios céus, recitava versos de heróis antigos, como se desafiasse o destino com sua voz.

Contudo, nesta noite que antecede o confronto, encontro-me buscando conforto nas antigas crenças. Ó, Odin, Pai de Todos, guie minha espada e meu coração. Que Thor, com seu martelo poderoso, fortaleça meus braços. E que Freyja, em sua glória, inspire em mim a bravura dos grandes guerreiros.

Amanhã, enfrentaremos homens tão temidos que suas histórias seriam dignas das terríveis criaturas de Jotunheim. Há um frio em meu estômago, uma sombra de dúvida que sussurra o medo do desconhecido.

Será este o meu último amanhecer?

Seremos nós, eu e Egill, lembrados em sagas ou esquecidos como folhas levadas pelo vento do outono?

Imploro aos deuses por força e sabedoria. Que eles guiem minha mão na batalha que se aproxima. Que eu possa enfrentar meu destino com a honra de um verdadeiro guerreiro nórdico. E se este for meu fim, que eu encontre meu caminho para Valhalla, onde os bravos vivem eternamente.

A vela agora luta para manter sua chama, como eu luto para manter minha determinação. Olho para o mar, buscando respostas nas ondas eternas, mas ele guarda seus segredos na escuridão da noite.

Com a esperança de que os deuses estejam ouvindo,
Arvid Stormsson ᛝ