Diário: 17 de Dezembro de 408

Página do Diário de Arvid Stormsson Data: 17 de Dezembro de 408 Encontrei um velho skald, um mestre das antigas canções, cujo rosto era um mapa de histórias vividas. Seus dedos, embora enrugados pelo tempo, dançavam habilmente sobre as cordas de uma harpa desgastada, mas ainda bela.

Página do Diário de Arvid Stormsson

Data: 17 de Dezembro de 408

Cheguei nesta manhã a uma aldeia pitoresca perto de Trondheim, na Noruega. O lugar é um refúgio de paz em meio às montanhas cobertas de neve, onde as casas de madeira se aglomeram como se para compartilhar calor durante o rigoroso inverno nórdico.

Durante o dia, explorei as redondezas. Caminhei pelas ruas estreitas da aldeia, observando o ir e vir dos moradores. As crianças brincavam na neve, indiferentes ao frio, enquanto os adultos se ocupavam com as tarefas diárias, preparando-se para o longo inverno. Visitei o mercado local, um aglomerado de barracas e vendedores oferecendo tudo, desde peles de animais até delicadas joias de prata. O cheiro de peixe fresco e pão recém-assado enchia o ar, misturando-se com o aroma da madeira queimada das lareiras.

Conversei com alguns moradores, compartilhando histórias e ouvindo sobre a vida na aldeia. Eles falavam com um orgulho calmo de suas tradições e de sua resistência diante da natureza implacável. Uma mulher idosa me contou sobre os lobos que rondam as montanhas, criaturas temidas, mas respeitadas, parte integrante do ambiente selvagem que os cerca.

À medida que o dia dava lugar à noite, e o céu se enchia de estrelas, busquei refúgio na taverna da aldeia. Era um lugar simples, mas acolhedor, onde o calor da lareira e o burburinho das conversas criavam um refúgio contra o frio exterior. Foi aqui, nesta gélida noite de dezembro, que ouvi pela primeira vez os sons enfeitiçantes da Vargsången.

Encontrei um velho skald, um mestre das antigas canções, cujo rosto era um mapa de histórias vividas. Seus dedos, embora enrugados pelo tempo, dançavam habilmente sobre as cordas de uma harpa desgastada, mas ainda bela.

A Vargsången emergiu como um lamento do passado, evocando imagens de lobos solitários percorrendo as florestas nevadas sob o luar. Era uma melodia de solidão e sobrevivência, ressoando com a força e a resiliência do espírito nórdico.

Enquanto o skald tecia sua mágica musical, senti uma conexão profunda com as histórias entoadas. Cada nota parecia carregar o peso das eras, falando não apenas de lobos, mas da nossa própria existência, enfrentando desafios e superando adversidades.

Ao término da canção, o silêncio que se seguiu foi tão profundo quanto a noite lá fora. Hrafnkell, sempre um observador silencioso, parecia refletir a seriedade do momento, seus olhos negros brilhando com uma compreensão ancestral.

Esta noite, Vargsången deixou uma impressão indelével em minha alma, lembrando-me de nossas raízes selvagens e da inextricável ligação com a natureza que nos cerca. A canção do lobo é a canção da vida, uma melodia eterna da nossa ligação com o mundo selvagem.

Com uma nova apreciação pelas melodias do passado,
Arvid Stormsson ᛝ

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