Diário: 5 de Abril de 943

Página do Diário de Arvid Stormsson Data: 5 de Abril de 920 Hoje marca o vigésimo quarto dia desde que o machado do "Asa Negra" quase me separou da vida que conheço. Enquanto escrevo...

Página do Diário de Arvid Stormsson

Data: 5 de Abril de 920

Hoje marca o vigésimo quarto dia desde que o machado do "Asa Negra" quase me separou da vida que conheço. Enquanto escrevo estas palavras, ainda posso sentir o peso da lâmina em meu flanco, uma memória que arde tanto quanto a chama de uma vela.

Eu devo minha sobrevivência aos deuses - a Odin pela sabedoria de continuar lutando mesmo quando o fim parecia certo, a Eir pela cura e a Thor pela força. Sem a sua intervenção divina, eu certamente teria encontrado meu fim em Hedeby.

Os últimos dias têm sido um turbilhão de dor e febre. A ferida, embora esteja cicatrizando, ainda me lembra a cada movimento do quão perto estive de Valhalla. A febre vem e vai, como as marés, deixando-me exausto e fraco, uma sombra do guerreiro que eu era.

Nesse tempo de recuperação, fui cuidado por uma mulher da vila, cuja gentileza e habilidade de cura me fazem pensar nela como uma Valkyria que optou por salvar, ao invés de levar almas. Seu nome é Astrid, e sua presença tem sido um bálsamo tanto para o corpo quanto para a alma. Em seus olhos, encontrei a compaixão e a força de uma guerreira, e em seu toque, a suavidade e o calor que faltam no mundo lá fora.

Ela tem cuidado de mim com uma dedicação que vai além do dever, e em seus momentos de pausa, conta-me histórias de sua infância e dos antigos mitos nórdicos. Em suas histórias, encontro um conforto que a febre não consegue tirar.

Hrafnkell, tem estado ao meu lado desde que acordei após a batalha. Ele observa com olhos atentos, como se entendesse a gravidade do meu estado. Às vezes, sinto como se ele estivesse me guardando, um vigia silencioso e atento.

Apesar da recuperação lenta, minha confiança em retornar à batalha está abalada. A vulnerabilidade que esse ferimento trouxe à tona é nova para mim, um guerreiro que sempre se viu como inabalável. Agora, olho para o futuro com incerteza, questionando meu caminho e o papel que os deuses têm para mim.

Mas a cada dia que passa, com o cuidado de Astrid e a companhia de Hrafnkell, sinto um pouco mais de força retornar ao meu corpo. Há uma longa jornada pela frente, tanto na cura do corpo quanto da alma, mas com a ajuda dos deuses e dos amigos, espero encontrar novamente meu lugar no mundo.

Com gratidão aos deuses e aos que cuidaram de mim,
Arvid Stormsson ᛝ

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